quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Capitulo 4: Um Passeio Pela Floresta!

 Notas Iniciais: Okay, eu sei que faz muito tempo desde que postei o último capitulo, lamento inclusive, para uma recapitulação, No ultimo capitulo Frosty salvou um Piplup de uma confusão no centro comercial o levando para sua casa, porém o que aconteceu desde então?

Capitulo 4: Um Passeio Pela Floresta!

A escuridão aos poucos dava lugar a uma pequena claridade na visão recém-desperta de Bubble, a luz originada vinda pela abertura da gruta era encoberta por uma cortina feita de folhas aparentando ser macia.

O pinguim acabara de tomar o choque de realidade mais uma vez por não estar em casa, ainda era complicado lidar com essa ideia já que havia se acostumado com os confortos do reino Water.


“Ele não esta em lugar nenhum, será que saiu? Deve ter uma grande confiança para deixar um desconhecido na própria casa” Comentou consigo mesmo percebendo que se estivesse em casa essa situação não teria ocorrido.

“Também é confiável, meu cetro esta no mesmo lugar que deixei antes de dormir...parando pra pensar onde foi que ele dormiu se esse lugar só tem uma cama?” Piplup analisava a situação ao reparar nos móveis talhados de madeira, conseguia ver como era feito de modo grosseiro, mas havia ali um pequeno registro de técnica.

Na mesa, várias opções de frutas tanto frescas quanto em tigelas dispostas em  vários caldos com pedaços flutuando, não era nem de longe parecido com o que estava acostumado, mas estava com fome então tomou um dos acentos ficando diante do cardápio ali disposto.

Experimentou a tigela com as Pinap berry e as Chery berry cortadas, o contraste do gosto das duas era algo rústico, seu paladar estava aguçado para algo mais rústico que fosse ajudar seu estômago na digestão, entretanto a comida não era ruim e o pinguim acabou por comer até o ultimo vestígio ficando envergonhado.

Observando os moveis ao redor, atentou-se para sacos ainda não abertos, recipientes com variados tipos de comida e alguns bonequinhos um deles estava em destaque, o bonequinho de um Mr Rime, Bubble julgou ser o preferido de Frosty.

Após um tempo, o aquático resolveu sair da gruta e tentar procurar pelo Sneasel, ficar ali sozinho, aos poucos estava lhe deixando triste.

Estendendo o braço, o pinguim imaginava as piores coisas possíveis de acontecer, fechou os olhos e com um só movimento afastou a cortina de folhas, após alguns instantes relaxou o aperto em seu olhar, permitindo-se olhar ao redor do terreno.

Não havia ninguém, apenas os sons característicos de uma floresta que o aquático não estava acostumado.

De repente um vulto saltou do teto diante de Bubble.

“PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIP!!!” Berrou de medo dando um passo para trás.

 

“Ei, você dormiu bem? Esteve confortável? Conseguiu comer alguma das coisas que eu deixei? E...ta tudo bem?” Frosty perguntou cerrando as mãos, estava ansioso e seu olhar esperançoso pelas respostas do pequeno pinguim.

 
 
 
“Ah, é só você, perdão pelo escândalo...” Envergonhado pela postura, logo retomou a fala com sua postura “Foi agradável, não é nem de longe parecido com o que eu estou acostumado, mas não foi tão ruim” Finalizou.

"Entendo...hm...tudo bem” Sneasel respondeu, sentindo algo estranho crescendo em seu peito, não havia sido tão ruim, o que era algo bom, então porque estava se sentindo assim? 
 

Um clima desconfortável estabeleceu-se enquanto permaneciam encarando um ao outro, o barulho do vento podia ser ouvido, as luzes neon no céu expandiam-se como sempre.  

Os olhares se encontravam e logo desviavam um do outro, o gélido cruzou os braços institivamente, como se com esse gesto pudesse amenizar a sensação do clima repentino.

“Erh...o que.....você estava fazendo andando ali em cima?” Perguntou o aquático tentando criar algum assunto, mantendo uma postura ereta para demonstrar orgulho.

“Ah, eu estava praticando minhas habilidades de escalada, você sabe, um perdido precisa saber se mover pelos lugares” Frosty respondeu fazendo ondinhas com os braços.

“É claro...” Piplup respondeu sem saber como continuar aquele assunto.

 “Você não me parece daqui, de onde você é?” A fuinha perguntou.

 
 
 “Eu ainda não acredito que você me ajudou sem nem saber de onde eu sou! Isso não faz sentido pra mim, mas já que finalmente perguntou eu sou do Reino Water” O pinguim respondeu impaciente por não conseguir entender aquela situação. 
  
“Você é engraçado, recebe ajuda e mesmo assim recusa” Ao terminar lembrou-se de quando fora ajudado por dazzling e tivera a mesma reação, resolvendo mudar sua abordagem.

“Bem, achei que alguns perdidos deveriam ajudar uns aos outros, mesmo sendo de outro reino” Coçando a nuca ele concluiu um pouco nervoso.

Ao ouvir aquilo, algo pareceu girar dentro do pinguim e ele apenas sentou-se no chão, nem ligando se iria acabar por sujar seu colete.

“Okay, eu definitivamente desisto de fingir que sei o que esta acontecendo e que esta tudo bem...eu não estou no meu reino, nunca tinha ouvido falar desse lugar, não sei como viver aqui e para começo de conversa eu nem sei o que é um perdido e porque vocês se chamam assim!” Bubble desabou surpreendendo o gélido.

“C-Como assim.... V-Você não sabe o que é um perdido?! Mesmo?” Sneasel perguntou surpreso.

“Nunca ouvi falar disso no reino Water, não é culpa minha! Eu não sou obrigado a saber de tudo!” Piplup rebateu impaciente, em sua cabeça sentia-se culpado, ele deveria saber de mais do que sabia no momento.

“Mas...mas...c-como...” Percebendo as ultimas palavras de Piplup, a fuinha voltou atrás fazendo outro esforço para soar mais compreensiva.

“Q-quer que eu explique?” Perguntou sem julgamentos no tom de voz.

“Quero” O aquático disse ainda no chão, Frosty sentou-se de frente para o pinguim tentando mostrar sua presença, ele se identificava com a solidão demonstrada por Bubble e agpra tentava aos poucos ajuda-lo.

“Fique tranquilo é bem simples de entender, pelo que eu sei todos os 18 reinos tem um cristal elemental e os governantes desses Reino e suas cortes são escolhidos pela joia para serem abençoados por ela já que são especiais, eles geralmente são ricos, enfim eles simplesmente decidiram que os pokemons que não são escolhidos pelo cristal não servem para nada” Sneasel fez uma pausa ao perceber que o pinguim agora prestava atenção com um olhar fixo.

“Como assim não servem para nada?” Perguntou com uma sensação cravando em seu peito.

“É como eu estou dizendo, os Reis acham que esses pokemons não são dignos para existir em seus reinos ou em local algum, então eles se aglomeram em locais e se chamam de perdidos, no caso do centro comercial os produtos são tão bons que alguns membros das cortes acabam vindo ou tentando tomar o local para nos escravizar, frequentemente batalhas são disputadas por conta disso” Continuou com a explicação.

“Eu realmente nunca havia ouvido falar nesse tipo de coisa...no Reino Water nós não temos perdidos dessa forma” Bubble constatou um pouco perplexo.

Algo naquilo deixava o pinguim desconfortável, seus pensamentos estavam embaralhados e a explicação de Sneasel o deixara ainda mais perdido sobre seu real papel no momento, entretanto Frosty não parecia enxergar todas as questões que passavam pela mente do pinguim o que em partes o deixava aliviado.

“Sei que não esta muito animado, mas pode acabar melhorando se descontar as coisas durante uma batalha, é difícil fazer os sentimentos sumirem quando queremos e...normalmente eu estou sozinho e isso funciona pra mim, então quer ser meu adversário?” Perguntou estendendo a mão.

“Eu relutaria esse tipo de coisa, por ser algo muito bossal, mas sinto que estou precisando me distrair então podemos lutar!” O Pinguim concordou lembrando-se que precisava do cetro e ao mesmo tempo hesitando em ir pega-lo ou não, optando por fazê-lo torcendo para que Frosty não perguntasse nada a respeito.

Estavam um diante do outro tendo a área verde em frente a gruta como campo de batalha, o gélido verificava a Razor Fang em sua cintura, deixando o nativo do reino Water aliviado por não parecer notar o seu cetro, mas algo na curiosidade de Bubble a respeito daquele item o fez perguntar.

  

“Onde você encontrou isso e porque se transforma daquela maneira?” Perguntou sem conseguir conter-se.

“Sinceramente, não sei como funciona, desde que tomei consciência eu vivo sozinho e essa Razor Fang sempre esteve do meu lado, um belo dia a transformação ocorreu e vem ocorrendo com mais frequência, espero conseguir entender isso de fato algum dia” Respondeu e o aquático viu a sinceridade nas palavras da fuinha, o que também cortava seu coração.

“Se serve de consolo eu acho incrível, é como se fosse uma evolução reversível, de toda forma vou vencer você mesmo que trapaceie afinal eu sou um Pr...pokemon muito forte!” Consertou sorridente empunhando o cetro diante do oponente, o cristal azulado reluzia com a luz do sol.

“Vejo que esta confiante mesmo, seu cajado pode ser bonito, mas apenas beleza não vai me derrotar já que não preciso recorrer ao Weavile sempre” Frosty sorriu entrando em modo de combate.

"Só para deixar claro é um cetro, não um cajado" Retrucou o pinguim no mesmo momento.

Os dois liam o olhar um do outro, ninguém queria perder um movimento, a fuinha com calma lançou seu olhar para a esquerda, Bubble deixou-se levar desviando o foco para a mesma direção, dando-se conta em seguida já estando na mira de Sneasel saltando em meio ao ar.

  

Um rastro brilhante com pequenos cristais de gelo amontava-se nas costas dele quando despencou do ar contra o aquático, Piplup respirou fundo dando alguns passos para trás, ainda sendo atingido e caindo contra o chão mantendo o cetro em mãos.

“Preciso me concentrar! Eu consigo dessa vez, lembre-se do que ele te falou!” Com o objeto em sua posse ele se concentrou sentindo a umidade no gramado abaixo de si, o cristal acoplado reluziu.

  

Animado o pinguim sorriu enquanto rodava o objeto em uma dança elegante, gotículas desprendiam-se da joia condensando e criando uma neblina impedindo frosty de observá-lo.

“Belo truque, para quem deseja fugir, eu sou um ladrão acha mesmo que vai me enganar com uma neblina?” Travesso, o gélido provocava.

 

 “Droga, não era para isso ter acontecido...porque você não me obedece! Funcionava tão bem com o meu pai!” O aquático disse ao objeto dentro da neblina.

De repente sentiu a temperatura baixar e um vento gélido soprava contra a sua pele deixando a neblina ainda mais densa, o próprio Piplup não conseguia ver nada, a respiração era complicada e seu pele doía por conta do movimento.

Com um salto ele escapou da neblina que havia criado, encontrando o sorriso de Frosty no gramado, o ladrão tinha uma mão apoiada no chão e seu sorriso abriu cada vez mais que o aquático observava as sombras amontoando-se nas garras dele e projetando unhas negras enormes.

Flexionando suas pernas, o gélido saltou investindo contra o pinguim.

“Precisa funcionar dessa vez!” Bubble gritou apontando o cetro para frente, dessa vez iluminou da base até o fim do cabo, o pinguim sentiu sua energia sendo drenada e a umidade ao seu redor tornava-se mais sensível, iria fazer algo quando...

Frosty surgiu cravando suas garras sombrias contra o corpo do oponente, Piplup gritou largando o cetro no chão enquanto as sombras ardiam em sua pele até ele cair, em seguida, esgotado.(pare de ouvir a música)

“Bem parece que eu venci! Seja lá o que você esta tentando fazer com essa coisa acho que seria melhor praticar mais” A fuinha disse um pouco preocupada.

Bubble sentia-se humilhado por aquela derrota, porém havia entendido algo sobre o seu cetro e precisava comprovar por si, então reunindo todas as forças que conseguia no momento, disse:

“Me leve até o lugar com mais presença de água dessa floresta”.

 

Após alguns instantes, ambos começaram a desbravar toda a área verdejante, as árvores engoliam a luz lançando suas sombras sobre o chão, o vento soprava com os galhos soando como uivos, o solo por vezes era complicado de lidar, em alguns lugares a areia parecia prender mais os pés e em outros soava mais escorregadia.

Durante o caminho ambos acabaram por conversar um pouco mais sobre suas vidas, Bubble explicou suas primeiras impressões do centro comercial, como fora difícil passar o dia em um local cheio de desconhecidos até conseguir tomar coragem para procurar algo para comer e algo melhor para vestir.

“E ai senão fosse por essa Emolga eu não teria conseguido sair vivo, pois provavelmente o Lord teria me prendido ou pior” Sneasel comentou.

Ambos emergiram em uma passagem que terminava em uma linda cachoeira, as águas caindo provocando um grande barulho nas pedras, entretanto sua queda era tão graciosa em contraste com o estrondo provocado.

As águas enchiam um lago e suas margens eram cercadas de pedras, haviam canteiros de flores espalhados, assim como algumas pedras, era possível enxergar o céu do entardecer.

“Essa cachoeira é uma das poucas coisas bonitas que já descobri morando esse tempo todo sozinho mais tarde ela deve ficar incrível” Suspirou a fuinha.

  

“A propósito, a Emolga que você falou, por acaso seria aquela que esta chorando perto daquelas flores amarelas?” Bubble perguntou apontando para um canteiro amarelo deixando Frosty preocupado. 

“You promised the world and I fell for it” Dazzling cantou baixo, as lágrimas vertendo de seus olhos, sua voz deslumbrante parecia se apagar aos poucos.

“I put you first and you adored it” Continuou sua baixa cantoria, sem perceber que ela possuía espectadores, Frosty aproximava aos poucos, enquanto Bubble assistia um pouco emocionado.

Os sentimentos da esquila saiam a cada lágrima nascendo no canto dos seus olhos, as brisas levavam-nas embora como brilhos, ela queria poder enxergar seus sentimentos como sendo brilhantes no momento.

Mas a única coisa que conseguia se comparar eram as flores ali embaixo, ela levou as mãos até o chão retirando uma das flores e a pondo contra o céu.

“I needed to lose you to find me” Continuou com a voz soando mais melodiosa, a visão da esquila enxergava os tons amarelos sendo sombreados e sumindo em meio à imensidão do céu.

Aquilo apertou ainda mais seu coração.

“This dance, it was killing me softly” Cantou lentamente e agora as pétalas eram arrancadas da flor e amontoadas na palma de sua pequena pata.

“I needed to hate you to love me” Dazzling finalizou, as pétalas carregadas pela brisa pareciam voar ao seu redor, ela verteu apoiando a cabeça em seus joelhos, os braços cercando seu rosto e se permitiu chorar ainda mais cada onda de lágrimas sentida ainda mais forte.

Foi então que sentiu um toque em seu ombro, levantando a cabeça surpresa ela voltou seu olhar para Frosty, o rosto molhado com suas lágrimas.

“Sorry, m-my Darling, my colors are gone and i’m faded now...” Dazzling disse entre suas lágrimas deixando a fuinha ainda mais preocupada.

“Eu...Dazzling...eu...não sei o que aconteceu, mas tem algo que eu possa fazer por você? Que falar sobre isso?” Perguntou.

“Thanks, foi uma ótima surpresa...mas por enquanto eu sinto que preciso encarar isso sozinha” Dazzling disse.

“Eu entendo...eu...não tive a chance de dizer da outra vez, mas obrigado pelo que fez por mim, eu me senti parte de algo pela primeira vez, você é maravilhosa não esqueça isso e eu estou aqui” Frosty disse abraçando a esquila, enquanto ela chorava sentindo-se um pouco mais querida.

Vendo o pinguim que assistia tudo sem saber o que fazer, ela lhe deu um breve aceno, Bubble desconcertado, retribuiu.

“Obrigado por tudo, you are marvelous, mas agora cuide consigo, você não veio aqui por mim e prometo que um dia contarei a respeito, preciso ficar com as flores e aproveitar que ainda posso me lembrar...” A esquila disse desvencilhando do abraço.

Frosty a deixou receoso e emotivo, juntou-se com Bubble olhando para trás, mas a esquila estava virada de costas para eles, ambos se dirigiram para a cachoeira sentindo uma pequena garoa vinda da queda da água.

Conseguiam enxergar-se no espelho das águas, os dois sentaram-se nas pedras a margem do rio, seus pés imersos no pequeno lago, para Bubble era uma sensação agradável estar de volta a água e para Frosty ele sentia que podia relaxar, mesmo ainda estando tão abalado.

O pinguim não se sentia bem em tentar fazer o que queria com o cetro, deixando-o em mãos e decidindo perguntar sobre a fuinha.

“E-Eu nunca tinha visto ninguém nessa situação...na dela de estar totalmente vulnerável e nem na sua de aceita-la assim...eu achei isso incrível” Bubble começou tentando fazer a fuinha falar.

“Eu não sei o que esta acontecendo...achei que soubesse, pela primeira vez eu me senti parte de algo e eu estava ansioso para encontra-la de novo, mas não imaginei que fosse ser assim, eu queria fazer algo por ela, mas porque não consigo? Qual o problema comigo? Porque me sinto mais sozinho?” Perguntou-se com as garras cravadas nas pedras.

“Eu nunca recebi visitas antes de você, eu tentei parecer natural, mas esse tempo todo tive medo, pensei que estivesse odiando, não sabia como devia me comportar, não sabia o que eu iria falar e quanto mais tentava ser o que achava que você queria eu me sentia pior, não entendo nada mesmo...me desculpe” Frosty confessou.

“Sinto que até hoje você foi o primeiro desconhecido que me tratou tão bem, eu me senti acolhido e vendo toda a sua confissão você estava tentando se adequar a mim mesmo eu nunca tendo pedido nada...isso é realmente mais do que eu mereço, mas não precisa ser assim, só precisa ser você mesmo tanto pra mim quanto pra ela, não precisa se cobrar tanto” O pinguim concluiu tocando sua pata nas garras do pokemon diante de si, elas relaxam sob a pedra e o gélido voltou-se para ele com os olhos arregalados pela surpresa.

Dazzling escutava tudo e no fundo do seu peito uma pequena fagulha de felicidade se acendia em meio a toda a sua tristeza.

“Eu também estou me sentindo parte de algo com você aqui” Sneasel disse de um modo puro o que surpreendeu o pinguim, o deixando corado.

Antes que eles pudessem dizer qualquer coisa, um brilho ciano surgia da cachoeira e os dois voltaram seu olhar, pulsos de energia brilhavam por toda a água, alguns se concentravam pelo corpo da torrente enquanto outros seguiam o caminho fluido da queda líquida.

As luzes cianas envolviam toda aquela área da floresta, antes tomada aos poucos pela escuridão tendo em vista que o sol já se despedia no céu.

Aquela água quase parecia feita de algum tipo de tecnologia, as gotículas soavam como dados e a cada vez que batia contra as pedras, a iluminação ciana deixava as gotas soando hologramas, só era possível perceber a realidade quando os respingos encontravam o corpo de ambos os pokemons.

Piplup não falou, mas também se sentiu parte de algo, o sentimento em seu peito irradiava passando para o cetro, o cristal respondeu brilhando intensamente quase no tom da água.

“Eu sabia que precisava da água!” Bubble disse pegando o cetro e o movendo criando bolas de água ao seu redor dentro do lago formado pela cachoeira, a empolgação do pinguim fazia a fuinha sorrir.

“Espera, não é a água! Eu só precisava me sentir confiante o suficiente para me sentir o Príncipe do Reino Water de novo!” Gritou empolgado e em seguida percebeu o que havia feito.

Ao ouvir as palavras os olhos de Frosty voltaram a se arregalar, mas dessa vez tinham o sentimento que perpassava por eles era de medo.

“O Cristal...como eu não percebi antes! Você é como eles!” Gritou levantando-se, as sombras fundindo-se com as suas garras.

“Não, Frosty, você não esta entendendo, me deixe explicar!” O Piplup pediu, seu coração acelerando.

“Como eu pude ser tão idiota? Que burro eu sou né? você estava planejando conquistar minha confiança para depois dar o golpe no centro comercial? Como eu fui esquecer dos interesses e deixar você chegar perto de mim desse jeito!” Bradou a fuinha amedrontada.

Seu peito agora se enchendo de duvida e medo.

“Frosty, acalme-se! Não é nada disso, eu não usei você, você só esta com medo, mas se você me deixar eu posso explicar! Eu não sou como os outros príncipes! Volta aqui!” Gritou o pinguim, mas o gélido havia iniciado sua corrida.

A Razor Fang em sua cintura brilhava emitindo alguns barulhos, enquanto as lágrimas no rosto da fuinha viraram pequenos cristais de gelo, ele saltou por entre os galhos embrenhando-se novamente na floresta.

 

Não sentia o balanço sinuoso das águas do lago ondulando contra o seu corpo, o estrondo da cachoeira parecia ter ficado menos impactante e o brilho ciano das águas agora se tornava mais fraco.

Piplup caminhou para fora do lago, seu corpo falhou e ele foi ao chão, o cetro caindo próximo de seu corpo, os tons cianos fracos clareando sua pele, tentou ser forte, mas as lágrimas vieram enquanto ele praguejava contra si.

“Porque tudo tem que dar errado?! Eu perdi minha casa, perdi meus pais, perdi meu povo e consegui perder o único pokemon que se importou comigo nisso tudo simplesmente por não ter noção do peso em ser quem eu sou!” Gritou as palavras, sentia a emoções borbulhando dentro de si.

“E é minha culpa! Eu nunca sei de nada! Como eu vou conseguir fazer alguma coisa desse jeito?” Perguntou-se em vão sabendo que ninguém ali o responderia.

 


 

“Hey, Darling” A voz dela o cumprimentou, confiança e presença eram passadas em sua entonação.

Esses elementos fizeram com que o pinguim voltasse seu olhar para cima, a Emolga que chorava em desespero, agora diante dele com o olhar fixo sem nenhum traço de hesitação, suas bochechas iluminadas provocavam uma sombra em seu rosto contribuindo para essa sensação.

Havia vestígios de sua catarse anterior, mas sua pose passava segurança enquanto ela estendia a mão em um gesto silencioso.

“C-Como conseguiu estar a-assim? V-Você não estava mal? Eu não sei...” Piplup começou a perder-se em palavras.

A elétrica apenas sorriu a mão ainda na mesma posição.

“Me senti um pouco inspirada, além disso eu já chorei por tempo demais...And about you, reclama de não saber das coisas, mas realmente já tentou aprender sobre algo na sua vida?” Questionou tocando no orgulho do pinguim, este entrou em um modo de defesa instintivo.

“Eu estive tentando aprender, mas é difícil quando faz 2 dias em que minha vida foi totalmente destruída! Eu não consigo entender!” Bradou, dessa vez o olhar fixo nos olhos da esquila, esta devolveu-o na mesma intensidade.

“Sei como é difícil passar por uma experiência traumática, entretanto existem mais de uma forma de aprender, não é apenas sobre a sua visão das coisas, My Prince” A esquila debochou sabendo o efeito que isso teria.

“Esta querendo me deixar pior? Se for acho que seria mais fácil me atacar com eletricidade, eu não quis machucar o Frosty! Eu não sabia que os príncipes representavam tudo isso para os perdidos, eu nem sabia que vocês existiam!” Bubble seguiu em seu argumento cerrando os olhos com sua frustração.

“Agora eu quero que repense, porque toda vez que vai falar de algo é sempre sobre você? Always starts com a sua visão, não tentou perceber os perdidos pela perspectiva deles, assim como não esta tentando pensar em Frosty se perdendo naquela floresta e sim em como você não sabe de nada e não vai fazer nada pra ajudar, o fato de você não saber pesa bem mais do que a possibilidade de agir” Dazzling iniciou sua inquisição.

Os olhos de Bubble arregalaram-se enquanto os pensamentos organizavam, as palavras da esquila lhe faziam sentido não só no presente momento, mas como durante toda a sua vida, ele permaneceu em silêncio e com seu orgulho ferido.

“A sua visão deve estar nos holofotes, mas não é sempre sobre ela e aprender também envolve deixar outros brilharem sob os holofotes e somar com o seu brilho, perceber que as outras visões importam e fazer algo, Darling, mesmo sem saber pode aprender com algo que não é exatamente sobre você” A Elétrica disse gentilmente dessa vez.

Bubble sentiu-se dentro de uma bolha em que ele mesmo se prendeu, Frosty estava sofrendo, mas seus sentimentos o deixavam incapaz de estar lá por si e pelos outros para agir nas situações, sempre preferindo se martirizar, ao invés de aprender como se portar e sustentar os próprios sentimentos.

“Quer tentar realmente aprender sobre algo na sua vida?” Perguntou a esquila debochada e com um sorriso no rosto.

“Preciso entender quem ele acha que eu sou, para que eu possa explicar quem eu sou de verdade, vamos atrás dele!” O pinguim corado aceitou a mão da esquila levantando-se.

Retirando o cetro do chão e o empunhando contra o céu, ele notou que o objeto brilhava calmamente em resposta aos seus sentimentos, o cristal emitia tantos tons de azul sendo difícil para o príncipe descrever.

“Aliás, porque me ajudou? Você não deveria me odiar também?” Perguntou voltando-se para a elétrica curioso.

“Não deve saber, mas as águas de cachoeiras dessa natureza brilham mais forte conforme os sentimentos positivos que os pokemons compartilham quando banham nelas, ninguém sabe ao certo o porque, mas é como se estivessem programadas. I...was surprised to see it again...and about the other reasons” Dazzling pausou, atiçando a curiosidade de Bubble, seus lábios formavam um sorriso enquanto diziam:

“Eles não dizem respeito a você” Finalizou deixando o pinguim irritado.

 Notas Finais: Eu espero conseguir manter alguma constância dessa vez, mas obrigado por terem lido até aqui, e qual será a conclusão que frosty vai chegar? 

Capitulo 22 e 23: Seraphine Out of The Woods

Notas Iniciais: Bom acho que vou falar mais nas notas finais, eu só espero que gostem desse capítulo xD. Capitulo 22 e 23: Seraphine Out of ...