sexta-feira, 19 de março de 2021

Capitulo 11: Dazzling, eu queria, mas não consigo me lembrar de Você!

Notas Iniciais: Esse capitulo foi muito especial de escrever e me senti muito feliz com o resultado, ele trata de um tema delicado, eu perdi minha avó e minha madrinha faz dois anos, de formas diferentes, mas foram perdas por doenças que me marcaram, então dedico esse capítulo a esse sentimento e esper que gostem e também vamos finalmente conhecer quem é Dazzling, ou pelo menos um pouco.


 

Capitulo 11: Dazzling eu queria, mas não consigo me lembrar de Você! 


 


 

“Já vai começar, Dazz? Será que a Regia também esta assistindo?” O roedor bochechudo perguntava para a irmã em meio a multidão que se aglomerava na praça central do Reino Eletric.


 

“Yes, yes my little darling! Ela deve chegar logo, esta ansioso pelo momento em que o cristal vai acender as ‘teias elétricas’ que você tanto gosta?” A esquila perguntava ao irmão, este ao ouvir a menção do evento se empolgou. 


 

“A cidade inteira fica iluminada, brilhando em tantos tons de correntes elétricas, ser abençoado pelo cristal faz eu me fazer especial...mas queria muito que o papai e a mamãe estivessem aqui conosco...” Os bigodes do Dedenne vergaram para baixo pelo desanimo.

“Morar com nossos parentes distantes é complicado, mas não se esqueça de que não esta sozinho, I will always be with you! E olha lá já vai começar, Elek!” Apontou para uma redoma feita de minério eletrificado.

Houve uma época em que os pokemons lendários eram chamados assim por terem sido avistados por poucos povos que afirmavam terem visto essas criaturas cuidando do equilíbrio e das propriedades físicas de chromaticah, porém em um dia simplesmente se rebelaram contra a natureza por qual zelavam sem que nenhuma criatura naquele mundo pudesse entender o motivo.

Apenas 6 reinos foram capazes de resistir a essa crise, sem fazer parte dos 5 grandes, o Reino Eletric guiado em batalha por uma guerreira e um príncipe achou o seu lugar, os dois combatentes desapareceram com a “vitória” e por tal conquista os governantes que se seguiram inflaram o reino com ego, buscando reforçar e propagar a capacidade de resistência e sobrevivência dos pokemons elétricos.

Como um reino independente, a Coroa Eletric mantinha uma relação comercial com todas as outras províncias sendo respeitada por sua história, a cidade possuía um imponente cerco real composto por dois palácios unidos, construídos por um bloco de pedra capaz de armazenar energia e assim que a eletricidade era armazenada pelas paredes, ao qualquer sinal de luz do sol a estrutura mudava sua visão para uma fortaleza totalmente eletrizada.

A noite caso fosse do desejo dos reis, o palácio utilizava da energia para um show de luzes enquanto fornecia eletricidade pra toda a população.

E provando seu poder, o Reino mantinha seu cristal no centro da província em uma espécie de praça publica projetada também para rituais de adoração com arquibancadas em formato circular.

A joia era protegida por uma redoma de metal eletrizado e por uma camada de correntes elétricas de diferentes voltagens que aumentava a cada corrente diferente, exposto no meio da cidade para mostrar o controle e segurança que aquele local possuía.

Ao fim da semana os nobres elétricos se reuniam todos ao redor do cristal para receber suas bênçãos, era uma cerimônia incrível não importava se você olhava de perto ou de longe, Thund o Electivire rei daquelas terras se colocava diante da joia de poder junto com sua família e davam inicio a cerimônia.

A redoma de metal se abria, as correntes de proteção eram desativadas e o cristal parecia acordar, a joia elétrica então se energizava flutuado sozinha com seu próprio poder e todos os pokemons elétricos podiam sentir o seu poder banhando a terra abaixo dos seus pés enquanto as próprias correntes de vento pareciam carregadas com faíscas.

As nuvens do céu pinceladas de um roxo neon ganhavam também um tom amarelo, todos os pokemons preparavam-se para aquele momento, quando o cristal criando esferas de energia ao seu redor, soltava feixes elétricos em um tom amarelo tão puro que era arriscado olhar diretamente.

Naquele momento as cargas eletrificadas caiam do céu representadas como teias aos olhos do pequeno Dedenne, entretanto, algo diferente estava acontecendo, todos os pokemons elétricos recebiam suas bênçãos enquanto para Elek o feixe o atingiu indo embora tão rápido que mal o percebeu e, ao invés de se sentir abençoado como de costume, sentia apenas um vazio dentro de si.

 

O domínio subterrâneo parecia interminável durante a fuga dos 4 fugitivos, Katie liderava o grupo seguindo pela direita, seguia por curvas bifurcadas onde as luzes amareladas estavam fracas, porém graças ao dispositivo em seu peito a Eevee conseguia manter a direção correta.

Dazzling com seu coração apertado planava cerrando sua visão para tentar compreender o caminho percorrido caso fosse necessário, a fraca iluminação tornava difícil enxergar, ela chegara a acreditar não ser possível sair da situação, mas agora que estavam perto da saída sentia seus sentimentos reacenderem: faltava pouco para encontra-lo.

Bubble logo atrás da esquila mantinha uma respiração pesada, o pinguim segurava firme na mão de Frosty, esta ameaçava ceder durante todo o percurso devido aos sentimentos pesados no peito do Dark type, mas o príncipe estava determinado em mantê-lo consigo, porém torcia ansioso para que a fuga encerrasse logo.

Os pokemons seguiram até atravessarem por um estrutura semelhante as estruturas de credenciamento existentes na superfície, entretanto esta ainda não funcionava, a iluminação naquele ponto era melhor trabalhada.


 

Frosty observou ao redor de si, estavam em uma espécie de área de espera de uma estação, haviam alguns lotes de bancos espalhados, instalações elétricas para aparelhos de televisão e outros aparelhos eletrônicos e portões de ferro marcavam rotas que davam passagem para os reinos, do domínio subterrâneo era possível ir até o Reino Normal, o Reino Grass, para a Central de Entregas da Milly, a Eldegoss e por fim uma passagem para a floresta que cercava o distrito comercial.


 

“Descansem aqui por cinco minutos, pois seguiremos para o Reino Grass, onde se encontra a central da Sociedade Break e o chefe Davi poderá abriga-los até tomarmos alguma medida para essa situação” A agente informou com um tom sério.


 

“Eu deveria voltar...não deveria ter fugido assim, preciso lutar pelo distrito comercial! Apoiar os chefes, eles devem estar precisando!” Frosty comentou sentando-se no chão.


 

“Não temos condições de voltar por eles, Frosty, não podemos simplesmente entrar em uma batalha sem ter um meio de vencer e...” 


 

“Não me importa se você não pode voltar, eu poderia dar um jeito...” O ladrão respondeu ríspido surpreendendo o pinguim.


 

“Eles se sacrificaram para que tivessem no mínimo uma chance com vocês livres, enquanto isso você chorava ao invés de se posicionar para qualquer luta, então acho melhor não assumir essa posição, seja honesto consigo mesmo, você estava desesperado para fugir” Katie interviu deixando a fuinha sem ter o que responder.


 

“Well, i’m really sad to interrupt all this gossip, mas vamos ter de nos separar aqui, preciso ir e vou voltar pela floresta, boa sorte” A Emolga então se virou, porém Katie já bloqueava seu caminho.


 

“Não posso permitir que vá, é muito perigoso andar pela floresta tão perto do centro comercial, pode acabar sendo pega” A normal type disse.


 

“Sorry Darling, we were friends durante a fuga, mas diferente dele ali, não pretendo ficar quieta com sua intervenção caso me diga o que fazer” Dazzling disse com a eletricidade estalando nas suas bochechas.

“Eu gostaria de ver você tentar, já vi seus truques e garanto: por mim você não vai passar!” A Eevee devolveu entrando em guarda enquanto sua cauda eriçava ainda mais os pelos de sua cauda e pescoço.

“É o que veremos Darling” A Esquila rebateu.

Um silêncio ensurdecedor instaurou-se na ala central, junto do clima pesado e da iluminação, as duas se encaravam prestes a iniciar um combate, quando o aquático interviu.(podem parar de ouvir a música)

 

“Vocês três podem, por favor, tomarem senso do ridículo! Querem brigar nesse momento ou fugir para sermos presos e mortos? Já não estamos numa situação ruim pra ainda ficar pior?!” Bubble gritou irritado.

“Eu entendo que estejam alterados, acabamos de sair de uma prisão traumática, mas essa não é a primeira vez que toda a minha realidade é alterada do dia pra noite, eu sei o quanto pode ser frustrante perder o controle da sua vida sem mais nem menos e justamente por isso não faz sentido ficarmos nessa loucura!” O Piplup enfatizou conseguindo atrair a atenção de todos.

“Katie, eu entendo seu ponto, mas deve ter um motivo para que ela esteja agindo assim, pois todos perceberam que Dazzling agia estranho quando estivemos presos” O Principe exercendo sua instrução de diplomacia voltou-se para a elétrica.

“Podemos ajuda-la em grupo teremos mais chance, lembre-se que sozinha mal conseguiu lutar contra os Alakazam da última vez, e para que possamos ajudar precisa nos contar o motivo de querer tanto voltar para a floresta” Continuou sustentando o olhar dos três pokemons que o encaravam com expressões neutras.

Frosty observava o pinguim impressionado com sua forma de se impor, algo mudara nele após essa experiência, estava começando a deixar de ser apenas o príncipe preso dentro das muralhas do castelo.

Após alguns instantes, a esquila respirando fundo, quebrou o silêncio:

“Eu...eu...tudo bem! Venham comigo, eu contarei durante o caminho...e...eu...é...por favor esse é um assunto muito Avisou com dificuldade, sua expressão alternava entre preocupada e suas faíscas estalavam tímidas, não acreditando que realmente contaria para alguém.

O dia havia amanhecido tranquilo, apesar da falta de movimentação pelas vias que cortavam a floresta, as nuvens dispersas no céu dispostas a deixar a iluminação espalhar no local produzindo um clima leve.

Os pokemons percorriam por uma rodovia principal, os galhos farfalhando junto ao vento colidindo nas placas de sinalização era a única coisa que se ouvia, vez ou outra a sombra de uma nuvem se jogava sob o chão encobrindo os quatro fugitivos.

Katie observava a paisagem ao redor para tentar se distrair, não via motivo para essa perda de tempo, olhava pelo peitoril enquanto atravessavam uma pequena ponte, abaixo deles um rio corria com pequenas quedas d’água formadas por declives de pedras.

Frosty mantinha-se com seus pensamentos e emoções ainda para si, seu olhar constante no chão só reparava a mudança de superfície enquanto mantinha um andar fixo, a única diferença em sua silhueta era o balançar da pena que possuía na cabeça alternando de acordo com a direção do vento.

Bubble caminhava quase junto de Dazzling aliviado por ao menos estarem em grupo.

A esquila sempre se vira fazendo aquele caminho sozinha, apenas uma vez percorrera por ele acompanhada, conforme avançavam a sensação familiar chegava, a floresta começava a engolir seu ânimo e a sensação era que iria ficar presa ali para sempre e estar cercada por aqueles três pokemons chegava a sufocar.

As lembranças surgiram em sua mente tal como um clarão de um raio.


                                           (podem colocar a música em looping caso queiram)

 

“Foi há quase 9 meses...eu..eu era uma nobre do Reino Eletric, minha família estava diretamente ligada a uma linhagem de guerreiros, começando pela minha avó, que atuaram no Reino Eletric na época do Apocalipse dos Deuses, a maior catástrofe de Chromaticah, no entanto minha avó era uma perdida e assim que ela e meu avô morreram, seus filhos por possuírem um traço de perdidos não foram aceitos no trono e o nosso tio assumiu o poder”. Bubble segurou levemente a mão da esquila demonstrando sua presença.

“Minha mãe foi mantida sob a tutela da realeza, mas estava sempre sob a vigilância da Coroa para que não cometesse algum erro diante do reino, ela teve a mim e após alguns anos também o meu irmão Elek, mas logo faleceu e ficamos os dois sob a guarda de nossos tios, sempre desvalorizados e apagados da história, contávamos apenas um com o outro para sobreviver e possuir alguma diversão” As nuvens decidiram encobrir a luz juntando-se aos poucos em uma massa cinzenta com um leve rosa neon nas bordas.

“Iriamos receber a benção do cristal como de costume, Elek adorava aquele momento, o cristal iluminava todo o reino e era uma sensação maravilhosa me sentir parte daquilo, principalmente estando junto dele, porém eu nunca irei esquecer o que aconteceu naquele dia” A chuva aumentou, as pequenas quedas d’agua tornaram-se mais constantes.

Os pokemons elétricos que recebiam suas bênçãos ao redor voltaram seus olhares para Elek, desesperado o roedor tentava entender o que lhe acontecia, o cristal já não lhe abençoava mais, o brilho que tanto gostava havia lhe deixado, mas o que era um brilho? O que ele estava fazendo ali? Quem eram aquela multidão ao redor de si?

“Ele virou um perdido!” Soava pela multidão.

“Eu nunca vi isso acontecer!”.

“Criatura podre, o próprio cristal o rejeitou!”.

“Matem-no logo, ele pode nos contaminar!”

“Dazzling...l-ling...q-quem...eu...ajuda...não!” As palavras se formavam em sua mente e eram como se virassem pó, tinha tanta informação para assimilar, mas sua aura parecia ter desaparecido.

Um aperto imenso tomou conta do coração da esquila, ela abraçou o irmão quando a multidão caiu contra os dois, Elek parecia nem saber quem o protegia o que acertou o coração da elétrica, ela tinha passado a vida toda sob as sombras, escondida e vigiada, mas não estava sozinha.

E agora ela não tinha forças para se proteger e proteger Elek sozinha.

“Dazzling, lembre-se sempre, my Darling, desde que você nasceu o seu brilho é a coisa mais linda que já vi, confie e esse brilho todo ai dentro vai estar lá por você” As palavras de sua mãe para ela.

Com um grito, um clarão intenso surgiu acompanhado de corações cercando toda a multidão ao seu redor, a esquila mal teve tempo de contemplar o que fizera, com dificuldade levou o irmão consigo fugindo do reino.

A esquila fugiu por muito tempo, despistando reinos e buscando formas de sobreviver, e em uma noite chuvosa, após cair de uma ponte em pequenas quedas d’água, levar Elek até a margem, andar pela floresta iluminando o local, ela achou uma árvore conectada que de uma forma misteriosa havia se conectado com uma caverna.

Começando a partir de uma pequena abertura do tronco, conseguiu entrar junto do irmão que mal parecia entender o que acontecia, ninguém os encontraria, continuariam escondidos e então ela decidiu: viveria ali.

Os quatro pokemons agora diante da fachada da casa esquila, marcada pela mudança com uma entrada melhorada assemelhando-se a uma porta entalhada na madeira e reforçada por algumas trancas, a caverna havia sido expandida e parecia maior mesmo olhando por fora.

“Dói muito, eu dediquei minha vida ao meu irmão durante esse tempo, ele não se lembra de quem sou muito menos de quem ele é, vivi sozinha roubando, tentando conseguir trabalho, informações sobre cura e qualquer coisa que pudesse salvar meu irmão...essa foi  a primeira vez que passei mais de um dia sem voltar aqui e estou preocupada, ele não podia ter ficado sozinho!” Finalizou.

“Não...não se culpe, me perdoe pela atitude de mais cedo, além disso ninguém tinha como prever o que aconteceu, estou preocupada com seu irmão e eles dois também, você não esta sozinha e aconteça o que acontecer a Sociedade Break dará o suporte” Disse a Eevee colocando-se ao lado da elétrica.

“Eu estou muito comovido com sua história, eu nem imagino como deve ter sido, mas não vamos deixa-la, como disse estamos em grupo e não precisa se preocupar em contar conosco” Bubble a tranquilizou.

Frosty colocou-se ao lado da esquila, com a mão no ombro da amiga.

“Você...você foi a primeira amiga que eu tive e que me tirou da solidão mesmo tendo tanta dor assim, não estou me sentindo bem, mas prometo que não irei abandona-la”.

Uma confiança grande surgiu em seu peito e reunindo toda a coragem ao ter aqueles 3 ao seu lado, Dazzling abriu a porta.

 

Frosty surpreendeu-se ao abrir a porta, os moveis todos acolchoados provavelmente para o caso de Elek não sofrer nenhum acidente, locais onde Dazzling guardava mantimentos trancados e sempre colocados no alto para que o irmão também não se machucasse.

Haviam pelo menos três áreas onde o chão era forrado por tapetes coloridos que eram acessadas ao abrir pequenas portas, algumas continham ursos de pelúcias variadas, outras quadros contendo rabiscos em variadas formas enquanto as paredes eram manchadas de tinta e a última parecia que estava sendo decorada.

“Elek! Elek você esta aqui? Please, me responda!” Dazzling chamava pelo irmão sem obter resposta e então lembrou-se.

Indo até um dos cômodos da casa, escondido entre a sala e a cozinha por um corredor estreito, estava o canto onde o pequeno Dedenne mais gostava de dormir, antes de entrar a Emolga ligou um interruptor acendendo um móbile no teto construído também por ela.

O móbile simulava o efeito do cristal, com feixes brilhantes caindo como uma teia de aranha, ela viu a silhueta do irmão se mexer e choramingar baixinho.

“Elek! I’m Sorry, i’m so sorry, eu nunca teria saído se soubesse que você ia ficar sozinho!” Desesperada a esquila abraçou o irmão que ao senti-la mostrou um comportamento agitado que ela não desconhecia.

“Dede! Dedenne! Dene Dene!” Gritou o roedor com os bigodes faiscando, era a única coisa que o pequeno pokemon conseguia pronunciar.

Bubble, Frosty e Katie observavam tudo sem saber o que fazer.

O elétrico se soltara da irmã correndo pelo quarto debatendo-se contra a parede.

“Eu sei, eu prometi voltar com os tecidos para costurarmos juntos, você estava agitado desde o começo da semana, mas amanhã eu juro que vou dar um jeito de expressar todos esses sentimentos de uma vez” Dazzling disse tentando acalmar o irmão, este diminuíra a intensidade, mas continuava agitado.

“Vem, eu vou preparar algo para você, temos visita hoje sabia? Não precisa se preocupar com eles...” Abriu a portinha e ao virar-se notou um dos bracinhos do irmão brilhando em um tom azulado.

“O-o que?”.

Elek ao ver a porta aberta passou pela esquila correndo debatendo-se e indo em direção a porta de entrada da casa.

“ELEK! Acalme-se! Confie em mim eu tenho ajuda agora! Vou entender o que esta acontecendo com você! Eu não faço ideia de como é pra você, mas acalme-se!” A esquila tentou abraçar o roedor, em vão, pois este se desvencilhava dela enquanto se debatia.

“Dede...DEDENNE!” Pediu o pokemon desesperado enquanto sua patinha brilhava.

“Dazzling...não é melhor deixa-lo sair?” Perguntou o pinguim.

“Não! Ele nunca saiu, ele não vai saber o que fazer!” O desespero apertava seu peito, ela não conseguia controlar aquela situação.

“Eu não posso! Ele precisa ficar seguro comigo!”

“Dede...S-s-s-sair!” Falou e ao ouvir aquelas palavras, a elétrica não podia fazer outra coisa.

 

Dedenne corria pela floresta em disparada, pequenas fagulhas de um brilho azulado podiam ser vistas se perdendo sob o céu de chromaticah, enquanto os 4 pokemons o perseguiam por entre as árvores.

“Ele falou, faz quase 9 meses que eu não ouvia sua voz!” A Elétrica emocionada seguia o irmão.

“Frosty, esse caminho, você se lembra?” O pinguim perguntou.

“Ele leva pra cachoeira” O Sneasel constatou.

E então todos emergiram diante da pequena queda d’água, as águas caiam provocando um grande barulho nas pedras, entretanto sua queda era tão graciosa em contraste com o estrondo provocado.

Aquele era o lugar onde Frosty descobrira sobre a verdadeira identidade de Bubble como príncipe, no mesmo dia haviam encontrado Dazzling chorando meio ao canteiro de flores e ao reconhecer o local, a esquila pareceu entender um pouco.

“Elek adorava as cachoeiras, era seu local favorito no reino, costumávamos ir sempre juntos e ela se acendia diante de nós, era quase a prova do nosso vínculo” Explicou ao ver o irmão correr por entre o canteiro de flores como se procurasse por algo.

“Elek acalme-se eu estou indo, você queria vir até a cachoeira? Ela fica daquele lado...” Dazzling explicou ficando diante dele.

“....R-Regia!” Chamou o roedor ao ser tomado por uma luz azulada que envolveu todo o seu corpo assustando a irmã.

Katie apenas observava dando apoio para a esquila, assim como Bubble e Frosty, não entendiam bem o que acontecia.

“Elek, Regia não esta aqui, ela provavelmente ficou no Reino Elek, vamos voltar para casa...eu” Dazzling, mas ela própria se interrompeu ao ver um clarão azulado surgir perto do irmão e dele surgir a Regia, a Morpeko.

“Mas, c-como?” Dazzling se perguntava.

“Finalmente conseguimos nos encontrar no canteiro de flores, você realmente não esqueceu?”.

“É claro que não, eu estava tão animado para ir até lá com você, mas então veio o raio e o cristal, só consegui recobrar quem eu era faz alguns dias” Explicou o roedor e ambos os pokemons elétricos deram as mãos brilhando no mesmo tom de azul.

A esquila mal podia acreditar no que via, mal possuía reação em fazer qualquer coisa, só conseguia observar incrédula seu irmão estava falando, e desde quando ele conhecia Regia? O que significava tudo aquilo?  

“Elek...” Dazzling chamou pelo irmão, este então se virou para ela com um sorriso terno.

“Dazzling, eu queria, mas não conseguia me lembrar de você! Estou tão feliz por conseguir falar com você uma ultima vez, achei que não conseguiria!” E logo a abraçou com tanto sentimento, porém ela mal podia sentir sua pele ainda tomada pelo brilho azul.

“C-Como assim ultima vez? I can’t understand you!” A esquila via toda a sua vida nos últimos meses ser revirada, toda a dor que guardou e todo seu sacrifício agora desapareceriam diante dela.

“Eu não consegui contar a você, mas eu e Regia tínhamos algo especial enquanto nos conhecíamos no castelo e no dia da benção do cristal tínhamos combinado de nos encontrarmos num canteiro de flores perto de uma cachoeira, era um lugar tão especial para mim já que eu e você costumávamos ir o tempo todo, lembra Dazz?” Perguntou o roedor com lágrimas nos olhos.

“Eu me lembro, é claro que me lembro” Sem conter as lágrimas ela só conseguiu concordar.

“Eu queria tanto vê-la, então veio o raio do cristal e tudo que senti foi um vazio e como se minha essência estivesse desaparecendo e então eu não senti mais nada, foi como se estivesse dormindo dentro de mim mesmo por todo esse tempo, mas de repente eu acordei de novo” Contou o irmão.

“Não consigo explicar, mas senti como se toda a minha existência estivesse indo embora, tentei te avisar e as palavras não saíram de forma alguma e agora eu acho que esta acontecendo...eu não tenho como agradecer por ter cuidado de mim, Dazz...” Emocionado, mal conseguia terminar, as partículas azuladas de seu corpo começavam a se desfazer em meio ao ar.

“O cristal também me atingiu de um jeito estranho naquele dia, porém não tive tanta sorte e fugir e vocês devem saber o que aconteceu, não sei nem como estou aparecendo aqui agora” Regia parecia deslumbrada com aquele pequeno formato de existência.

“NÃO! Você não pode! Eu não posso ficar sem você, mais do que já estava! Vai doer tanto, por favor, fique!” Chorando ela se agarrava ao corpo do irmão, mas a medida em que tentava, só parecia perde-lo ainda mais.

“Dazz, você foi quem mais me amou e zelou por mim, senão fosse por você eu nem estaria vivo para ter esse momento, eu te amo tanto, eu queria tanto ter te dito mais coisas nesses tempos em que passamos juntos! Eu vou sentir sua falta!” O roedor tentava devolver o abraço o máximo que podia.

“O que eu vou fazer da minha vida agora sem você?!” Perguntou a esquila.

“Você vai seguir em frente, Dazz, comigo sempre no seu coração”.

Os últimos instantes passaram em segundos, mas para ela pareceu uma eternidade, sentiu cada pedaço dele se elevar ao ar e desaparecer, o que viveu em meses, o que foi em meses e tudo que aprendeu para dar conforto ao irmão e o tempo que gastou.

Elek desapareceu deixando em suas mãos uma pequena flor amarela diferente de todas as outras vegetações ali presentes, sem nenhuma outra opção Dazzling agachou-se, sentia todo o seu corpo pedir por aquele momento, seus pensamentos bagunçados e suas emoções.

Ela respirou fundo e gritou o quanto conseguiu.

Katie com os olhos marejados afagou a Emolga com sua cauda felpuda, Frosty novamente pôs a mão em seus ombros enquanto Bubble agachado em sua frente oferecia um abraço.

“I will move on i know i will but now i need to feel terrible”.

Notas Finais: Bem, esse capítulo é muito especial pra mim, como também marca o inicio de um novo arco, bem vindos ao arco 2: Expansão, onde os personagens terão seu lugar comum abalado e conheceremos ainda mais sobre o mundo que os cerca, espero que gostem xD.

Capitulo 22 e 23: Seraphine Out of The Woods

Notas Iniciais: Bom acho que vou falar mais nas notas finais, eu só espero que gostem desse capítulo xD. Capitulo 22 e 23: Seraphine Out of ...